Pinos de fibra de vidro – aderimos ou cimentamos?

Atenção: isto não é um artigo científico, mas um guia de orientação.
* Izio Mazur,CD

Existem diversos protocolos para a estabilização de pinos de fibra de vidro nos canais dentários. Respeitando todos os autores e todas as propostas para esse passo, cumpre apresentar a minha visão, fruto de longos anos de estudos e pesquisas dedicadas ao assunto.

A melhor definição para cimentação encontrei na geologia, onde se afirma o seguinte: “fase da diagénese caracterizada pelo preenchimento dos espaço entre os detritos’. De fato, durante um longo tempo a odontologia usou a cimentação exatamente dessa forma: preencher os espaços vazios entre os dispositivos protéticos e os espaços vazios entre eles e o dente. Com a chegada das técnicas de adesão o conceito começou a mudar. Tornou-se possível não apenas preencher esses espaços vazios como também promover alguma forma de união mais íntima entre os materiais e os tecidos dentais.

Todavia, a estabilidade de pinos de fibra de vidro intracanais oferece desafios que tornam esse processo diferente dos demais, a saber:

1-    O preparo muitas vezes será expulsivo, dificultando a retenção;

2-    A profundidade do canal oferece dificuldades à penetração da luz;

3-    A dentina radicular tem menos quantidade de fibras colágenas (fundamentais para a adesão) do que a dentina coronária;

4-    E o principal: as dentinas de dentes endodonticamente tratados são secas, ante as dentinas de dentes vitais, que são úmidas;

Todos esses fenômenos podem contribuir para um decréscimo do processo adesivo e estabilidade desses dispositivos. Em função disso o meu protocolo foi paulatinamente sendo aperfeiçoado no sentido de se conseguir adesão com retenção, uma combinação de fundamental importância para se evitar o desprendimento dos pinos bem como uma possível infiltração.

Foram feitas assim as seguintes propostas para cada um dos desafios:

1-      A falta de retenção no preparo foi superada com a confecção deste artifício de retenção com broca especial em baixa rotação:

2-      A dificuldade de penetração da luz pode ser resolvida com o uso de materiais duais;

 

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3-      A falta de fibras colágenas foi compensada com a proposta de ataque ácido +  adesivos líquidos que favorecessem a penetração dentro dos canalículos dentinários;

4-      O problema das dentinas secas foi enfrentado com o desenvolvimento de um adesivo hidrofóbico de cura dual

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Em que pesem os protocolos de uso de cimentos autoadesivos ( aqueles que dispensam ataque ácido + adesivo líquido) cumpre deduzir que aquela proposta não resolve os problemas 1 e 3.

 

Os passos do meu protocolo são os seguintes:

  •         Com o preparo pronto, limpo e o pino cortado no comprimento correto, proceder à confecção das canaletas retentivas;
  •         Em seguida fazer ataque ácido em todo o elemento durante 60s (tanto em esmalte quanto em dentina);
  •         Lavar copiosamente durante mais de 30s;
  •         A secagem pode ser total com jato de ar, ou relativa com cones de papel absorvente;
  •         Misturar partes iguais do adesivo dual hidrofóbico Aridus Bond e aplicar sobre todo o dente (no canal levar com aplicador tipo microbrush).
  •         Não aguardar o endurecimento do adesivo. Levar imediatamente o cimento resinoso dual convencional para dentro do canal e inserir imediatamente o pino (O cimento pode ser levado ao canal com o próprio pino).
  •         Fotopolimerizar longamente através do pino e das linhas de cimento. Se usar um cimento tipo CORE, como o Superpost Core Cement, pode construir o núcleo com o próprio material, pois ele tem resistência mecânica suficiente.

Com este protocolo acreditamos que o núcleo de pino de fibra de vidro preencherá todas as exigências para estabilidade, resistência mecânica, impermeabilização à infiltração e estética.

Portanto eles são ADERIDOS

Imagem mostrando a penetração de um adesivo dentro dos canalículos, promovendo embricamento mecânico e aumentando a retenção.

 

Maiores detalhes sobre a técnica podem ser encontradas no livro:

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*O autor é professor de Dentística Restauradora, pesquisador e desenvolvedor de tecnologias inovadoras em odontologia. Sócio-fundador da Superdont Ind. e Com. Ltda, responde pela Pesquisa e Garantia da Qualidade na empresa.  Desenvolveu diversos materiais odontológicos inovadores e protocolos cínicos. É autor dos livros “Odontologia com Fibra – Atlas de Compósitos Reforçados, 2003″ , Odontologia com Fibra – Guia Prático de Aplicações Clínicas”, 2011″, “Odontologia reabilitadora Instantânea com Fibra – Ed. Napoleão”. Possui mais de 1000 palestras ministradas em todo o Brasil.”

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