Por que os núcleos feitos com pinos de fibra de vidro fraturam?

Não há estatísticas para mensurar em qual percentagem dos casos isso acontece. Mas a frase que eu mais ouço nas minhas palestras é: “professor, uso pinos metálicos há 20 anos e eles nunca quebraram”.

Diante dessa afirmação, de pouco adianta lembrar das vantagens do uso de pinos de fibra de vidro como a sua estética, rapidez de execução e baixo custo. Porém cabe lembrar que, quando temos uma carga oclusal excessiva, forças poderosas são direcionadas em direção ao núcleo do dente. Ao se depararem com pinos metálicos tais forças são propagadas imediatamente para a raiz, levando-a ao estresse, uma vez que a rigidez do metal não é capaz de absorver as forças. Como as raízes estão fragilizadas pela redução da elasticidade da dentina, proporcionada pela perda pulpar, o resultado muitas vezes pode ser a fratura da raiz. Quando no lugar do pino metálico temos um pino de fibra, suas características de flexibilidade, muito próximas da flexibilidade da dentina, acabam funcionando como uma espécie de amortecedor para essas forças, o que acaba compensando a elasticidade perdida da dentina. Em outras palavras, a incidência e a intensidade das forças destrutivas que se deslocam para a raiz acabam sendo reduzidas pela absorção da maior fração dessas forças, além de serem moduladas e reordenadas de forma a se distribuírem equitativamente. Temos assim o chamado PRINCÍPIO DO MAL MENOR, onde o pino de fibra de vidro pode fraturar (mal menor) para evitar a fratura da raiz (mal maior).

As fraturas também podem acontecer pelo emprego de pinos de má qualidade, cuja resistência flexural é baixa. Neste caso estaremos diante de um insucesso e não de um resultado mecanicamente programado.

Mas atenção: é um erro alargar exageradamente o conduto radicular, ou desgastar excessivamente o dente, para ancorar pinos mais grossos. Embora isso sugira maior resistência, saiba que o conjunto pode sair enfraquecido. Quanto mais tecido dental preservarmos mais resistente será o núcleo. Os pinos de fibra de vidro, portanto, não reforçam a raiz como se pensa mas a ajuda a se preservar de trincas e fraturas. Portanto na prática os pinos de fibra de vidro superam em performance os pinos feitos em metal, sejam pré-fabricados ou fundidos.

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* O autor é professor de Dentística Restauradora, pesquisador e desenvolvedor de tecnologias inovadoras em odontologia. Sócio-fundador da Superdont Ind. e Com. Ltda, responde pela Pesquisa e Garantia da Qualidade na empresa. Desenvolveu diversos materiais odontológicos inovadores e protocolos cínicos. É autor dos livros “Odontologia com Fibra – Atlas de Compósitos Reforçados, 2003″ e Odontologia com Fibra – Guia Prático de Aplicações Clínicas”, 2011″. Possui mais de 1000 palestras ministradas em todo o Brasil.”

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5 respostas

  1. Gostei muito do “pricipio do mal menor!”! Excelente explicação, bem didática! Até mesmo pra passarmos para os paciente, assim em caso de um insucesso, ele já terá sido alertado.

  2. Nao tenho duvidas q os PFV,é um ótimo material qdo bem empregado e dentro da técnica. Mas se não houver um remanescente dental,minimo necessário para seu emprego, eu contro indico.Outro fator determinante para o sucesso,seria a confecção de coroa total.Se o dente apresentar remanescente dental mínimo, eu indico nucleo metalico.

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