Pinos de fibra de vidro são resistentes?

É a pergunta mais comum feita por dentistas que ainda não utilizam esse material.

A comparação natural com os materiais tradicionais nos induz a acreditar que os rígidos dispositivos metálicos são mais resistentes para o uso pretendido. Todos pensam na resistência do material restaurador ou reconstrutor, mas se esquecem da resistência do dente que queremos preservar.

Que fique claro: nenhum material reforça o dente. O conceito que devemos ter é o da preservação do conjunto material/dente. Via de regra um material mais resistente do que a estrutura dental provoca estresse sobre esse dente, podendo levá-lo à fratura.

Será que isso é desejável?

Restaurar um dente com materiais duros que podem agredi-lo fisicamente tem sido praticado há décadas, com muitos relatos de insucessos. Para reduzir esses insucessos, preparos tipo férula e proteção têm sido sugeridos, sempre às custas de maior desgaste dental com o consequente enfraquecimento do remanescente. Todos se focam na durabilidade do material restaurador se esquecendo que ela será de pouca utilidade se o remanescente dental não resistir.

Na engenharia, peças diferentes que trabalham em contato íntimo, como engrenagens por exemplo, sempre são feitas com o mesmo material a fim de promover desgaste por igual. Quando essas engrenagens são feitas com materiais diferentes, a mais dura acaba desgastando a mais macia e o sistema entra em colapso rapidamente. A criação de materiais, cujas propriedades mecânicas se aproximem das do dente, deveria ser um caminho natural a ser perseguido, mas nem sempre isso acontece.

A indústria tradicional vem desenvolvendo materiais cada vez mais duros e rígidos. Esses materiais tem menor capacidade de absorver os esforços oclusais e costumam transferir essas forças para o dente. Materiais menos rígidos e mais flexíveis poderiam desempenhar um papel mais fisiológico com menor impacto sobre as estruturas dentais, inclusive periodontais (sim, o periodonto sofre com as forças oclusais excessivas e nem nos damos conta).

No caso de núcleos intracanal é imprescindível que o seu módulo de flexão seja o mais próximo possível da estrutura dental. Neste caso só os pinos de fibra de vidro alcançam esse objetivo.

Por isso que pinos de metal exibem um índice de fraturas radiculares indesejável. Pinos de fibra de vidro, por sua vez, podem eventualmente fraturar, mas é altamente improvável que provoquem fratura radicular (principio do mal menor).

Portanto os pinos de fibra de vidro favorecem a resistência do conjunto raiz/núcleo/coroa, não pelo aumento das propriedades mecânicas do dente, mas pela absorção dos esforços oclusais, trazendo para esse conjunto maior durabilidade do que os pinos metálicos.

Assim devemos pensar sobre todas as restaurações em geral. Se você é um profissional comprometido com a saúde de seu paciente é bom saber que a estrutura dental é um bem precioso a ser preservado.

Conheça os pinos de fibra de vidro Superpost. São diversos modelos com designs diferenciados e exclusivos para cada necessidade clínica e diversos tipos de canais. Eles têm uma resistência flexural muito próxima da dentina, o que os torna incapazes de agredir a estrutura dental remanescente.

Está com dúvidas? Escreva pra mim: sac@superdont.com.br

Seja sempre bem vindo ao meu blog! Periodicamente uma novidade para você.

*O autor é professor de Dentística Restauradora, pesquisador e desenvolvedor de tecnologias inovadoras em odontologia. Sócio-fundador da Superdont Ind. e Com. Ltda, responde pela Pesquisa e Garantia da Qualidade na empresa. Desenvolveu diversos materiais odontológicos inovadores e protocolos cínicos. É autor dos livros “Odontologia com Fibra – Atlas de Compósitos Reforçados, 2003″ e Odontologia com Fibra – Guia Prático de Aplicações Clínicas”, 2011″. Possui mais de 1000 palestras ministradas em todo o Brasil.

Compartilhe:

Para obter acesso a mais informações sobre este tema, inscreva-se abaixo:

Respostas de 3

  1. Dr. Izio, bom dia. Por favor me esclareça uma dúvida. Em curso e publicações, sempre se diz que para usar-mos pinos de fibra, devemos preservar um mínimo de 2 mm de remanescente coronário. Pergunto : e nos casos que não existe remanescente coronário, tais como a substituição de pinos metálicos curtos? Aproveito para agradecer por suas publicações, que por esclarecedoras, mudaram todo o meu modo de trabalhar com pinos de fibra. Só restou essa dúvida. ABS e um ótimo domingo.

    1. Olá Jander, tudo bem?

      Os casos de ausência de remanescente são críticos. Via de regra quanto menos remanescente menos força é preciso para estressar o núcleo. Desenvolvemos uma técnica para tentar compensar essa ausência utilizando ancoragem paralela na dentina. O vídeo abaixo mostra bem isso. Se não puder fazer 2 ancoragens dentinárias, faça ao menos uma.

      Um grande abraço e assista o vídeo!

      https://www.youtube.com/watch?v=cN1YkITC2p8

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Abrir bate-papo
Posso ajudar?
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?