Quando a pandemia explodiu e a quarentena foi instalada, temeu-se pelo futuro da odontologia. A questão do aerossol, a proximidade íntima com os pacientes e muito desconhecimento sobre as rotas de transmissão do coronavírus, foram motivos de muitos alertas na imprensa sobre o “perigo” dos consultórios odontológicos. 

A proibição de funcionamento dos consultórios por um período incerto, adicionou mais pessimismo à cultura do medo. Sem renda, muitos dentistas começaram a demitir suas atendentes. Clínicas demitiram profissionais. Dentistas fecharam as portas. Houve um endividamento geral. Não havia luz no fim do túnel e não havia mais como prever o futuro.

Este que vos escreve, que jamais teve cáries nem doenças periodontais, e que jamais entrou num consultório dentário como paciente teve, justamente na quarentena, uma pulpite aguda e teve que buscar auxílio imediato. Um 3º molar semi impactado já erodindo há décadas o 2º molar, atingiu a polpa deste elemento graças ao ranger de dentes provocado pela tensão daqueles dias.

Pronto. Passei a ter a convicção de que, quando tudo isso acabasse, a odontologia ressurgiria com uma força descomunal, agora para atuar sobre os diversos problemas gerados durante a quarentena. Foi exatamente o que ocorreu a partir de julho quando, lentamente, as proibições de funcionamento foram cedendo.

Boa parte dos consultórios lotaram. Os que haviam fechado reabriram. As dentais que resistiram começaram a vender mais. A indústria vendeu mais também, enfim, em pouco tempo a crise monumental que se desenhava sobre o setor desapareceu, como fumaça no vento.

Acredito, e isso é apenas uma opinião, que os bilhões injetados na economia somados à redução das viagens nacionais e internacionais, bem como a diminuição da oferta de serviços de entretenimento, deixaram a população com mais dinheiro no bolso, já que as oportunidades de gastos com lazer e diversão  foram reduzidas. Por todos esses fatores combinados, a odontologia colheu os frutos.

Agora é hora de planejar o futuro. Não há nenhuma garantia de que esse “boom” vá durar eternamente. A importância de uma boa poupança nunca foi tão explicitamente exposta, mas investir na profissão sempre faz uma enorme diferença nos momentos de crise.

Esse é o legado.

IzioMazur,CD

CRORJ 16578.

Para mais conteúdos como esse acesse: www.superdont.com.br